sábado, 29 de maio de 2010

Uma certa campanha eleitoral... [4]

Posto a última parte dos materiais que guardo da campanha do Último Foco de Resistência. Trata-se dos cartazes da festa e da transmissão do primeiro jogo do Brasil na Copa de 2006, além dos links dos vídeos dos debates. Acho que, com isso, só não postei o que não tenho no PC, mas só em papel.



Cartazes











Videos dos Debates










terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma certa campanha eleitoral... [3]


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Outros textos do Último Foco de Resistência
Crítica-crítica
(25 de abril de 2006)

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Gritou-se por aí que a nossa crítica é só crítica, ou crítica pela crítica, ou crítica-crítica, enquanto a de outros seria uma crítica que é crítica prática ou prática crítica. Fazemos sim uma crítica crítica à prática crítica que criticamos por esta crítica prática praticamente praticar uma crítica que, na prática, não atinge o que há de substancialmente crítico nas práticas políticas do ocidente moderno, reproduzidas através de todas suas esferas de poder, dos grandes Estados aos centros acadêmicos. Praticamos uma crítica que critica o uso de jargões vazios e impensados em prol de um jogo político de interesses mesquinhos, conforme o praticado acriticamente até então. Nossa crítica não provém, porém, de fontes meramente abstratas ou ideais, mas sim de nossa prática que se iniciou nesta graduação com a mais notável greve estudantil do passado recente. Certamente criticável, tratou-se de resposta prática a uma situação crítica. Desde então desenvolvemos críticas aos processos práticos que visamos hoje restaurar numa prática que não subordine a crítica à praticidade pragmática e funcional, quando não burra simplesmente corrupta.
Deu pra entender praticamente tudo? Alguma crítica?
Ótimo, pode falar, é pra isso que estamos todos aqui.
Mas, por favor, não precisa gritar que ninguém aqui é surdo.
CAHIS 2006 – Convencimento de princípio dialético-negativo:
Que tal votar em quem não grita, não arranca cartaz, não ganha comissão encima da indústria de papel kraft, não acha o Gilberto Gil um líder modelar, não segue o “Manual do bom gerente” do Delfim Neto, nem pensa que “democracia do Cahis” venha a ser um conceito com validade epistemológica.
Ultimo Foco de Resistência – porque a ditadura ainda está lá fora.




O Balanço do CAHIS – O Último Foco de Resistência
(agosto de 2006)
O balanço é um brinquedo dos mais divertidos. Em geral ele é composto por hastes metálicas fincadas ao chão, onde são presas correntes que sustentam uma pequena tábua. A diversão consiste em sentar-se na tábua e movimentar o corpo para frente e para trás, de modo que a criança se sinta voando, livre, sem que precise sair do lugar.
A brincadeira pode ser perigosa, a depender do estado de conservação e do desgaste já sofrido pela estrutura. Comporta certo perigo, também, no caso de a criança tomar impulso demais, ou ainda, utilizar o brinquedo de forma inadequada – em pé, por exemplo. Esse tipo de utilização é comum, já que esta é uma brincadeira que acaba por perder a graça após algum tempo, o que leva a novas apropriações. O risco, mesmo nesses casos, é apenas de contusões leves. Dificilmente as crianças se ferem gravemente, já que a tábua está muito próxima do solo. Pode-se ainda pedir para que alguém empurre, com o que se vai mais longe, sempre para frente e para trás, sem nunca sair do lugar.
Alguns balanços são mais sofisticados: têm quatro correntes e um assento mais confortável. Outros, mais toscos, são feitos de pneus e cordas. O balanço do CAHIS é do tipo sofisticado. Ele é composto de 12 cadeirinhas que acomodam as bundinhas de nossas crianças. Ao lado de outros nove companheiros, sentamos no balanço há alguns meses. A maioria das crianças parece se divertir bastante com o prazer infantil de se sentir num vôo livre quando, na verdade, não saem do lugar e repetem sempre o mesmo movimento, acomodando a bunda em estruturas metálicas que há muito estão enferrujadas. Algumas vezes nossas crianças brincam em pé nos assentos, sentem-se mais altas, mais destemidas. Também é muito comum que apareçam colegas dispostos a dar um empurrãozinho, para que o vôo seja um pouco maior, o que aumenta a sensação de liberdade e faz com que os pequenos se sintam ainda mais corajosos.
O balanço do CAHIS se localiza num parquinho, ao lado de tantos outros brinquedos desse e de outros tipos. São gira-giras, gangorras, escorregadores, trepa-trepas, e canteiros de areia, onde os pequenos gostam de construir castelos e mesmo verdadeiros reinos. Assim eles se imaginam reis absolutos, comandando súditos da forma mais justa, recebendo os aplausos de todo o povo. Um povo que inventam com muita imaginação, já que imaginar é um dom que as crianças geralmente possuem.
A maioria dos brinquedos do parquinho já não funcionam como antigamente. Esse é infelizmente o caso do balanço. Mesmo com os remendos e reforços, já é possível pressentir o rompimento das correntes. Enquanto eles se divertem indo e vindo, o que nos interessa é saber o que fazer com a sucata. Correntes e tubos de metal podem ser boas armas. A inocência infantil, porém, só permite a essas dóceis criaturas ver em tubos e correntes um aconchegante balanço.
André “Godinho” – O U.F.R.




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Futebol e Autonomia: uma leitura dialético-existencialista pós-estruturalista boleira

(Texto da Esquerda Boleira para a "Copa Autonomia", Março de 2007)

"Marquem o homem. A bola sem o homem não é nada!!!" Jean Paul Sartre (15/07/1966, segundo tempo de Uruguai 2 x 1 França, pela Copa do Mundo. Estádio de White City, Londres.)
Futebol e Existência - Para a Esquerda Boleira, o futebol é uma prática social fundada em uma concepção materialista e existencialista do mundo. Karl Marx, que conheceu o futebol na Inglaterra, dizia que "os homens fazem o futebol, mas jamais o fazem com querem", inaugurando assim uma extensa tradição político-boleira que interpreta a práxis nas quatro linhas como a dialética entre ação humana e condições históricas. Uma leitura existencialista da prática boleira leva-nos a perceber ainda mais o papel do ser humano e o caráter existencial do futebol. Sartre deixou claro em " A Bola e o Nada: Para Uma Fenomenologia do Futebol Arte", que o futebol transcende a contingência apenas quando reconhece a existência do boleiro para além das estruturas técnicas, jurídicas e táticas.

Futebol e Sociedade Disciplinar - Para a Esquerda Boleira, o futebol não deve ser um esporte! O esporte é a normatização de práticas rituais e lúdicas de natureza muito diversa. Antes de existirem regras, juízes e fair play existia algo muito mais rico como experiência existencial e que, no processo de disciplinarização do lazer e do ócio foi transformado em atividade formadora, reguladora, classificadora e hierarquizadora dos corpos. Como prática recreativa, foi instrumento do avanço disciplinador sobre o tempo ocioso, que preparava os corpos para o trabalho e as mentes para a ideologia competitiva. Não é possível defender autonomia com relação ao mercado ou ao Estado sem uma crítica da disciplina e competitividade inerentes à concepção de esporte!

Futebol, Mercado e Estados Nacionais – Para a Esquerda Boleira, além de determinado por estruturas que tentam anular a existência e instrumentalizado para a normatização das práticas humanas, o futebol como esporte têm servido ainda a interesses imediatos. Trata-se da unidade, mistificada em oposição, entre mercado e Estado, com suas diversas apropriações do futebol. Das pretensões propagandistas dos governos aos patrocínios e concessões de transmissão e daí para os álbuns de figurinhas da Copa do Mundo, o fundo de experiência criadora e existencial é perdido no fetiche dos produtos que a ela se remetem. Defendemos, portanto, um futebol que não é esporte, não é mercadoria, não é instrumento de afirmação nacional, mas é, isso sim, uma experiência viva da dialética entre materialidade e existência.

A questão da autonomia – Entendida a nossa concepção de futebol, percebemos a autonomia como o tempo no qual um jogador consegue manter-se em quadra com dada quantidade de combustível, segundo a seguinte tabela:
1 garrafa de cerveja = 5 minutos de autonomia
2 garrafas = 10 minutos de autonomia
meio engradado = 3 segundos de autonomia.

A Esquerda Boleira defende, portanto, o princípio da autonomia no futebol. Garantimos ainda que cada jogador da equipe terá em mente cerca de 3 segundos (ou meio engradado) de autonomia nos jogos da Copa.

"Dois pés esquerdos: glória à Esquerda Boleira"


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Para que a (des)ocupação seja um ato político ou como vencer um burocrata

(Texto distribuído na Assembléia dos Estudantes da USP, na qual se decidiu pela desocupação da Reitoria, após o recuo do Governo do Estado quanto aos decretos, junho de 2007. Ainda que não seja um texto propriamente da Chapa de 2006, foi um desdobramento dela)
Conhecemos o processo pelo qual as formas de luta tradicionais foram aos poucos institucionalizadas e mesmo regulamentadas, perdendo assim sua combatividade. Não descartamos o uso ou negamos a eficiência desses meios de luta, porém, suas vantagens e suas limitações são conhecidas tanto por aqueles que os usam para suas reivindicações quanto para aqueles que os querem domesticar. Nesse momento se faz necessário também o uso de formas de luta e de resistência inovadoras, que sejam capazes de criar formas de pressão e negociação que desconcerte aqueles contra quem nos colocamos. Novas formas de agir necessitam de novas formas de reagir, o que não ocorre necessariamente de imediato. A repressão (que não se resume a repressão policial ou institucional) é eficiente apenas quando a luta e a resistência já são conhecidas e claramente mapeadas. No hiato entre a ação nova e a repressão conseguimos agir livremente e é daí que vem a necessidade de que esse hiato seja, na medida do possível, constantemente criado e recriado.
A Ocupação da Reitoria da USP foi um acontecimento que rompeu com mecanismos políticos conhecidos, institucionalizados e incorporados a procedimentos burocráticos. Nesse momento, foi criado um ato desconcertante para o governo do Estado, para a burocracia universitária e para os meios de comunicação. A partir do momento em que rompemos com o contínuo, a tendência é que sejamos interpretados e entendidos, assim como ocorreu com as formas de luta amplamente utilizadas. Quando se cria um conhecimento a respeito do funcionamento de um movimento, os pontos fracos e os fortes dele podem ser estudados e assim mais eficientemente combatidos e controlados das mais diversas formas. A capacidade de criar o novo, nos dá o trunfo de conseguir escapar às práticas combativas que já têm suas vantagens e seus limites conhecidos por todos. Nós temos a capacidade de mudar rapidamente, enquanto as instituições burocráticas estão presas a uma estrutura de lenta adaptação cujos procedimentos somos capazes de reconhecer e assim combater.
Além de ser uma ruptura com relação às lógicas tradicionais - e talvez por isso mesmo! - a Ocupação levou a um amplo debate a respeito da autonomia, mas também acerca das condições internas da instituição e, mais ainda, sobre a função social da universidade pública. Além disso, o ato acaba de conquistar uma vitória parcial, mas significativa para os estudantes da USP e para a sociedade em geral. Uma vitória que garante a manutenção das potencialidades da Universidade frente aos poderes externos, mas que não garante o cumprimento de demandas históricas dos estudantes, relacionadas, sobretudo, com as condições de acesso e permanência e com a democracia no interior da USP.
Assim, passado o momento político do ato desconcertante iniciado em 3 de maio devemos propor um outro algo novo, que quebre uma vez mais a ordem supostamente natural das coisas, não só mantendo, mas ampliando as possibilidades de atingir nossos objetivos, expostos tantas vezes nas negociações durante a Ocupação. Como primeiro movimento, a desocupação da reitoria deve ser um ato político que se manifeste de uma forma a quebrar com as expectativas e a garantir a continuidade da luta por outros meios. Ela deve ocorrer somente com a perspectiva de que a pauta seja mantida e alcançada por meios tão impactantes como foi a Ocupação da Reitoria, aliados aos meios já consagrados pela luta estudantil. A nossa luta agora é no interior da universidade cuja autonomia, frente ao Estado, acabamos de garantir.
Sendo assim, propomos à Assembléia dos Estudantes da USP:
- A continuidade da luta pelas pautas estudantis já apresentadas
- A continuidade da greve
- Um ato criativo que deixe claro o caráter político da desocupação da Reitoria
- A criação de novas formas de luta que sejam igualmente desconcertantes para a burocracia universitária
- A utilização estratégica dos espaços universitários da USP na construção do movimento

Coligação (des)ocupa – Liga Marxista-Ocupista e Aliança Niilista-Desocupista





segunda-feira, 24 de maio de 2010

Uma certa campanha eleitoral... [2]

Cartazes do Último Foco de Resistência




























Outros materiais de campanha



Convite da festa de lançamento da Chapa




Panfleto de campanha




Panfleto-Passatempo de Campanha




Abertura do site




Site da Chapa



domingo, 23 de maio de 2010

Uma certa campanha eleitoral...

Passo a postar os textos, cartazes, videos e afins, do Último Foco de Resistência. Sempre aparece alguém perguntando deste material, então vou deixar registrado aqui no blog. Bom, pra começar, o texto da Carta-Programa:


Programa Completo
Abril de 2006





A chapa O Último Foco de Resistência foi formada a partir de uma união entre dois movimentos que compartilham boa parte dos fundamentos teóricos e do conteúdo programático. O diálogo entre a Esquerda Butequeira e o Movimento Revolucionário 17 de Março (MR17) atraiu também militantes de outros movimentos, com quem foram feitas alianças táticas, sem que as propostas iniciais fossem alteradas em seus fundamentos básicos. Com a certeza do cumprimento de nosso papel revolucionário, publicamos agora nosso programa para a gestão do Centro Acadêmico de História da USP, um primeiro passo para a Revolução Mundial.

Esquerda Butequeira: a fermentação revolucionária está deste lado!

“Tomar a cerveja e, eventualmente, o poder”
Ata de fundação do Comitê da Butequist Left de Manchester, 1831.


“Nossas demandas são as demandas do povo, nossos objetivos, os da única pátria que reconhecemos por legítima: a pátria dos explorados. (...). E se me perguntam quais são essas demandas e esses objetivos, digo que são duas: há que se tomar a vodka e, eventualmente, o poder”
Dimitri Azelatrof, revolucionário russo (1876-1905)


As tradições e as lutas históricas

Da Revolução Francesa ao Movimento Operário - A origem da Esquerda Butequeira está ligada tanto a tendências socialistas que lutaram na Revolução Francesa quanto à formação do movimento operário inglês. A expressão Gauche Butequeire foi utilizada pela primeira vez em 1794, pelos jacobinos, para desqualificar os seguidores de François du Bonverre, que havia rompido com a liderança de Robespierre, contrariado com suas concepções de disciplina e rigidez revolucionária. Bonverre seria executado em julho do mesmo ano, no auge do terror, após insinuar em panfletos e discursos que as milhares de execuções realizadas em Paris eram causadas pela falta de cerveja e/ou senso de humor de Robespierre:

Esse cara é muito chato! Como pode a França se guiar por alguém que não bebe e, sendo assim, não faz amigos nem tem histórias pra contar? Na falta da saudável violência dos butecos, sai por aí arrancando mais cabeças do que eu arranco as rolhas dos garrafões! Na falta das risadas dos butecos, tem por passatempo acusar conspiradores e mandá-los para morte, usando mais a guilhotina do que eu uso o saca-rolhas! [1]


Execução de François du Bonverre

Algumas décadas depois a expressão Esquerda Butequeira passaria a designar não mais uma tendência, mas um movimento revolucionário organizado, primeiramente em Westminster, a partir de 1809-10, alcançando nas décadas seguintes todos os distritos industriais ingleses. Algumas fontes atestam ainda que o luddismo das Midlands foi fortemente inspirado e, em parte, estruturado por comitês da Butequist Left, organização clandestina que, ao que indicam as fontes da repressão, foi fundada por um homem que se identificava como General Ludd[2].

Em 1834, dos atos locais se passou para um movimento de massas em escala nacional: o Motim da Cerveja mobilizou centenas de milhares de ingleses, contra as iniciativas do Estado e dos patrões para banir as bebidas alcoólicas e incentivar do consumo do café. Ao contrário deste, que servia para permitir a exploração dos trabalhadores em jornadas de 12 horas ou mais, a cerveja estava em oposição direta à ideologia do trabalho e à lógica do capital. O movimento não teve o apoio da parte dos movimentos operários que abraçava a ideologia do trabalho, sem se dar conta que esta era parte essencial da própria exploração que os atingia. Sufocado o movimento, a Butequist Left passou para o segundo plano do movimento operário inglês, só mantendo uma certa importância nas lutas de libertação da Irlanda.

Marx e a Esquerda Butequeira - Karl Marx viria a estudar, no início da década de 1840, a atuação da Butequist Left, demonstrando então uma grande afinidade com o movimento, como fica claro na correspondência trocada com Friedrich Engels, com quem pretendia contribuir para a obra A Situação da Classe Operária na Inglaterra. Nos manuscritos das Teses Sobre Feuerbach, de 1844-5, ainda se encontram sinais de sua simpatia pelo movimento: originalmente havia uma 12ª tese, onde, após afirmar que era tarefa do filósofo transformar o mundo, chegava à conclusão de que “a transformação só será possível com a tomada da cerveja e, eventualmente, do poder”[3]. A partir de então não encontramos menções à ligação de Marx com a Butequistische Linke, o que não significa que esta não tenha ocorrido: segundo estudos recentes, quando foi fundado na URSS o Instituto Marx-Engels, os documentos referente às práticas e idéias butequeiras destes pensadores foi ocultada ou destruída. Uma gravura da década de 1870, porém, pode ser uma evidência de que, se na mão direita, Marx segura um livro de Economia Política burguesa, na mão esquerda, agarra firmemente um caneco de cerveja:



Os Revolucionários Russos - No final do século XIX, a Esquerda Butequeira estava desarticulada na Europa Ocidental. Na Rússia, porém, um grupo que se reunia no famigerado Bar do Dimitri passou a realizar atentados contra políticos e burocratas czaristas. A inspiração exercida pela Butequist Left é clara: os manifestos deixados junto aos corpos de suas vítimas citavam expressamente o Motim da Cerveja como momento fundador de uma nova crítica social, que superaria as demais tradições socialistas ao atingir não só a exploração de classe, como sua forma social específica no capitalismo, viabilizada pela ideologia do trabalho e pela a racionalidade técnica.

Os principais comitês da Esquerda Butequeira foram destruídos pela repressão czarista após a Revolução Russa de 1905. A retomada da luta esbarrarou em outro adversário, o mesmo que François du Bonverre enfrentara mais de um século antes: um modelo de rigidez e disciplina revolucionários. A história acontecia como farsa: Lênin por Robespierre, os bolcheviques pelos jacobinos, o Bar do Dimitri pelas tabernas parisienses, a vodka pela cerveja. As últimas notícias que temos da Esquerda Butequeira russa são das demandas dos sovietes de diversas regiões do país por “vodka pública, gratuita e para todos”. Lênin não atendeu às reivindicações e, temendo um Motim - desta vez, da Vodka -, ordenou o fim do poder dos sovietes.

Campanha do Estado Soviético contra a Esquerda Butequeira

Quando a Esquerda não vai ao Buteco - Entre a década de 1920 e o início do século XXI, a Esquerda Butequeira simplesmente desapareceu do cenário político. O resultado foi catastrófico. Na Alemanha, em 1923, os butecos foram ocupados pela direita, no episódio conhecido como o “Putsch da Cervejaria de Munique”. Mesmo fracassando, a tentativa de tomada do poder liderada por Adolf Hitler (que sequer bebia, portanto não tinha que estar num lugar desses...) o tornou conhecido na Alemanha, principalmente por ter sido relatada em seu livro escrito na prisão. Sem o Putsch, Hitler seria só um pregador direitista frustrado. Ou seja, se a esquerda não tivesse abandonado os butecos, a direita não teria os ocupado para tramar sua própria tomada do poder, não haveria Alemanha Nazista, nem Segunda Guerra, nem Holocausto, nem aturaríamos filmes como Pearl Harbor[4].

Quando a Direita vai ao Buteco: Partido Nazista se reune na Cervejaria de Munique

Além de ter causado as maiores desgraças do Século XX, a ausência da esquerda nos butecos fez com que esta só tivesse seres mau-humorados no poder (Stalin, Mao, Pol Pot, etc.). Continuaram havendo esquerdistas butequeiros e capazes de rir de uma piada (o maior exemplo é um brasileiro, o Barão de Itararé), mas tanto o programa de “tomar a cerveja e, eventualmente, o poder” quanto as práticas revolucionário-etílicas foram abandonados. Por um lado, regimes autoritários (Esquerda Sisuda[5]), por outro as sociais-democracias (Esquerda Bonitona), que são uma piada muito sem graça, quando contada aqui no Hemisfério Sul: não é à toa que tudo isso entrou em crise um dia.

Da Derrocada da Esquerda Sisuda aos Dias Atuais – Desde o final da década de 80 assistimos à queda da Esquerda Sisuda e à disputa pela hegemonia mundial entre a Direita-no-País-das-Maravilhas (ou neoliberalismo) e a Esquerda Bonitona - que se encontra cada vez menos à esquerda e cada vez mais bonitona. Disputa que se repete na esfera nacional em quase todos os países, inclusive no Brasil, como veremos. A Esquerda Sisuda ainda tem alguma importância, mas não ameaça imediatamente o estado de coisas. Já a Direita Sisuda entrou há alguns anos no centro da disputa mundial e hoje define - junto com a Direita-no-País-das-Maravilhas - a política dos Estados Unidos, o que efetivamente não é pouca coisa.

Breve Histórico da Esquerda Butequeira no Oriente - Desde as viagens de Marco Polo, o oriente vem sendo revisitado e redescoberto como uma rica fonte de idéias. Junto com o macarrão, o sorvete e a pipa, Marco Pólo, o bandeirante italiano, trouxe consigo um pequeno manuscrito, onde é possível perceber uma proto-Esquerda Butequeira, de provável origem indo-chinesa, cuja datação é incerta. O nome do autor permanece um mistério. Eis aqui o poema:

Assim talvez
Teria sido
Sem mau dizer
Sem duvidar
De seu poder
Sudartha, o príncipe
Virou o Buda
E seu nirvana
Foi resultado
De uma embriaguez

Perdida no tempo, restou a lenda no imaginário da sociedade oriental, principalmente nas regiões plantadoras de arroz, o dia em que todos os homens poderiam desfrutar de todo o saquê que quisessem, sem temer as punições de seus senhores. Sob essa égide se organizaram os famosos grupos de ninjas, que nada mais eram do que bêbados inveterados, expulsos de seus feudos e obrigados a saquear a desejada bebida. Mas a Esquerda Butequeira carecia de maior delimitação, restando mais como espírito que como teoria organizada.

Durante a Segunda Guerra a Esquerda Butequeira atinge seu auge. Em 1938, se organiza no Japão a famosa e pouco estudada "Esquerda Butequeira do Sol Nascente" (EBSN), influenciada diretamente pelos ideais franceses e pelos movimentos butequeiros russos. O contexto japonês da década de 30 parecia propício para uma tomada revolucionária. A crise social se acirra e o imperador, numa manobra de notável destreza política, decide entrar na guerra, vinculando a distribuição de saquê às horas nos campos de batalha. Faz-se uma cisão da EBSN, dando origem a um famoso grupo de combatentes, os Kamikazes, cujos lemas, esquecidos pela história oficial japonesa, eram: “A Honra só se encontra no fundo do copo” e “Antes morto do que sóbrio”. No pós-guerra como sabemos, a Direita-No-País-Das-Maravilhas assumiu as rédeas do Japão e o momento é de cautela quanto a possibilidades reais de ação revolucionária.

Devido ao grande controle ideológico da Esquerda Sisuda (cada vez mais Bonitona, ou mesmo caminhando para o País-Das-Maravilhas), que detém o poder na China e Coréia do Norte, não conseguimos averiguar o poder de uma ala jovem da Esquerda Butequeira que se organiza nesses países. Esperamos em breve conseguir mais informações.

A Esquerda Butequeira no Brasil

Das Revoltas Coloniais ao Fim do Império - No Brasil, a chegada da Esquerda Butequeira foi precedida e influenciada por outras tradições de revolta etílica. Desde o início da colonização, os motins relacionados à escassez ou ao aumento do preço da cachaça foram uma grande preocupação das autoridades coloniais. Pesquisas recentes indicam, porém, que essas revoltas tinham uma natureza diferente daquelas organizadas pela Butequist Left, a partir do Século XIX.[6].

A primeira notícia que se tem da presença efetiva da Esquerda Butequeira no Brasil é da chegada de membros do Comitê de Westminster entre os mercenários que lutaram nas guerras de Independência no Norte e Nordeste do país. O principal deles, o Lord Cochrane, havia sido uma figura de destaque no Movimento Operário inglês antes de lutar em guerras de libertação na América do Sul[7]. Alguns anos depois, temos a informação de que um Comitê muito atuante da Esquerda Butequeira chegou ao Brasil com os imigrantes irlandeses, responsáveis por uma tentativa Motim da Cerveja no Rio de Janeiro[8].

O movimento não parece ter se expandido a partir dos comitês da década de 1820. As poucas referências a sua atuação se referem ao episódio conhecido como a “Noite das Garrafadas”, consagrado na historiografia não-butequeira como uma batalha entre portugueses e brasileiros. A documentação, porém, prova que se tratava de uma Revolução – e não mais um Motim - da Cerveja, ou seja, um dos poucos casos na História em que a Esquerda Butequeira tentou tomar, além da cerveja, o poder[9].

No Brasil, ao contrário do que se passava na Europa, as revoltas etílicas da segunda metade do Século XIX não parecem ter sido articuladas pela Esquerda Butequeira. Porém, ainda há muito que se pesquisar para que se possa afirmar que, por exemplo, a Revolta do Quebra-Litros (1873), em que milhares de pessoas se mobilizaram contra a mudança no padrão de medida do volume da cachaça, não teve a participação do movimento. O que é certo é que a Esquerda Butequeira apenas se consolidou no Brasil no início do século XX.

Samba, Cachaça e Revolução - A partir da década de 1910, as Comunidades Butequeiras de Base (CBBs) foram fundadas nos morros do Rio de Janeiro, se expandindo rapidamente para outras cidades do país. O lema “Samba, Cachaça e Revolução”, exposto na entrada das CBBs demonstra como a Esquerda Butequeira se adaptou às realidades nacionais e mesmo locais (no Ceará, o lema era “Forró, Cachaça e Revolução” , no Sul do país, “Vanerão, Steinhäger e Revolução” , etc.).


Noel Rosa, em apresentação no CBB Vila Isabel

Nas décadas seguintes, mais uma vez as forças reacionárias e os setores sisudos do movimento operário se uniram para destruir a Esquerda Butequeira. Por um lado, a repressão do Estado, por outro, trabalhistas, comunistas e anarquistas tentando impor sua rigidez, sobriedade e disciplina. A partir do Estado Novo e da criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), nem os sambas podiam mais exaltar a cachaça e zombar do trabalho. As CBBs foram extintas no final da década de 30, deixando uma contribuição ímpar para a cultura brasileira. Em suas instalações haviam se apresentado, composto e bebido sambistas como Noel Rosa e Ismael Silva. Algumas CBBs deram origem a blocos carnavalescos e escolas de samba, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O Ocaso da Esquerda Butequeira - A hegemonia dos sisudos na esquerda brasileira foi desastrosa. Primeiro, o Partidão tentou chegar ao socialismo se aliando à burguesia para fazer a Revolução. Depois, os desenvolvimentistas de esquerda ficaram fazendo contas nos escritórios dos governos burgueses, achando que a direita não ia se importar se os cálculos incluíssem operações de divisão. Em 1964, descobriram que, em política, nem sempre o quadrado dos catetos corresponde à hipotenusa.

Durante o Regime Militar, a esquerda brasileira estava dividida em duas: a Esquerda Sisuda, fragmentada após milhares de “horas de romper com (...)”, estava dividida quanto à luta armada; e a Esquerda Bonitona, que se formou principalmente a partir das universidades e do meio artístico. A repressão atingiu com muito mais força a Esquerda Sisuda, pois esta enfrentava a Direita Sisuda enquanto uma parte da Esquerda Bonitona comia brioches em algum café, discutindo assuntos importantes, como a escravidão no Brasil Meridional; e a outra parte realizava atos revolucionários como cantar como somos espontâneos e sensuais nos trópicos.
Com o fim da ditadura, a Esquerda Sisuda se uniu a setores da Esquerda Bonitona para fundar um partido, enquanto a outra parte desta permaneceria no MDB, com quem só rompeu em 1988, com a criação de outro partido que logo deixaria a Esquerda Bonitona para se tornar Direita-no-País-das-Maravilhas. A Direita Sisuda, que governara o país por mais de 20 anos, também mudou, tornando-se Direita-Topa-Tudo-Por-Dinheiro. Parte da Esquerda Sisuda, por sua vez, romperia com a Esquerda Bonitona, ao perceber que esta estava cada vez menos à esquerda e cada vez mais bonitona, formando então partidos tão pequenos quanto sisudos.

Em 1994, chegou ao poder a aliança entre a Direita-no-País-das-Maravilhas e a Direita-Topa-Tudo-Por-Dinheiro. Depois de oito anos, esta seria derrotada, com a chegada ao poder da aliança entre a Esquerda Bonitona e parte da Direita-Topa-Tudo-Por-Dinheiro. No ano passado, a crise do governo baseado nesta aliança[10] levou alguns militantes a propor a retomada de um movimento que havia sido destruído há pelo menos 70 anos: a Esquerda Butequeira.

Esquerda Bonitona recebe o poder da Direita-no-País-das-Maravilhas.
Ao fundo, Direita-Topa-Tudo-Por-Dinheiro.


Movimento Revolucionário 17 de Março

“Quando a água bater na bunda dos capitalistas, nós estaremos lá para mergulhar o secador na banheira!”

A estratégia do MR17 se baseia nos prognósticos do economista soviético Nikolái Dmítrievich Kondrátiev (1892-c.1931), autor do clássico Os Grandes Ciclos da Vida Econômica, publicado em 1932. Na obra, ele anuncia a descoberta de que, além de oscilações de menor duração, as variáveis econômicas tendem a seguir ciclos de cerca de um século, sendo uma fase de crescimento de 50 anos e uma de crise, com a mesma duração.

Nikolái Dmítrievich Kondrátiev (1892-c.1931)

Kondratiev deixou escritos até hoje inéditos no Brasil. São os manuscritos apreendidos por Stalin em 1930, que continham o capítulo “Os novos cálculos acerca dos Ciclos Longos e a importância da reavaliação política do papel da Revolução de Outubro”, descoberto nos arquivos de Moscou após a queda da URSS. Neste capítulo, Kondratiev refaz com rigor impecável os cálculos iniciados na sua obra anterior e afirma que

está claro que o capitalismo crescerá como nunca a partir da próxima década [anos 40] e que só entrará em crise novamente no início do próximo milênio. Segundo os cálculos que realizei nos últimos dois anos a virada acontecerá no dia 17 de março de 2006 (...)[11].

A partir desta constatação, o economista propôs ao Estado soviético uma reavaliação das estratégias políticas:

A União Soviética deve tomar imediatamente a iniciativa de uma Revolução Mundial ou estará destinada a sucumbir frente ao desenvolvimento do mundo capitalista nas décadas que se seguem. Segundo meus cálculos, se nada for feito agora, nossa economia entrará em colapso em menos de meio século, antes mesmo da próxima crise do capitalismo. Ou seja, não haverá outra oportunidade de a URSS liderar uma Revolução Mundial porque, quando a crise vier, esta já não existirá há mais de 20 anos.[12]

O texto foi enviado como parte de um relatório ao Comitê Central do PCUS em janeiro de 1930. As opiniões do economista foram mal-recebidas por Stálin, que o mandou para um Gulag antes que ele pudesse embarcar para a América Latina, onde pretendia se juntar a alguma vanguarda artística e publicar manifestos revolucionários, como estava em voga na época. O acesso aos manuscritos de 1929-30 permitiu uma reavaliação da estratégia revolucionária, que levou, em fevereiro de 2006, à fundação do Movimento Revolucionário 17 de Março (MR17). O programa deste Movimento se baseia na previsão de Kondratiev de uma nova crise do capitalismo para propor a ação revolucionária imediata, como não foi possível em 1930 pelas contingências políticas então vividas.

Diversas evidências atestam o início da crise do capitalismo após 17 de Março de 2006. Já na madrugada, foi iniciada por militantes da Gauche Butequeire, uma série de protestos violentos na França. Algumas horas depois, a moeda americana sofreu uma desvalorização no mercado mundial e os setores do mercado ligados a novas tecnologias - que condicionam a expansão do capital a médio e longo prazo - entraram em queda. Até a economia chinesa foi atingida pela desvalorização de mercadorias eletrônicas, apesar de seu enorme mercado interno e das condições favoráveis de produção. Outro sinal evidente de que vivemos uma mudança radical é o corte da barba do deputado Enéas Carneiro. O prognóstico de Kondratiev parece estar se realizando com uma precisão impressionante, o que leva o MR17 à luta, a cada dia mais intensa, para fazer desta oportunidade histórica o início da transição para o Socialismo.

MR17, hasta el ciclo secular, siempre!


Notas:
[1] 17 de junho de 1794. In Annales historiques de la Révolution Française. V. 251. Société des Études Robespierristes. Paris, 2004. pp. 97-99.
[2] Rudolph E. JONES - The Luddites. Ch. III - Midlands Documents. Ver também a London Gazette de 13 e 20 de junho de 1812.
[3] Karl MARX - "Thesen über Feuerbach", in Texte zur methode und Praxis. II. Pariser manuskripte (1844).
[4] Tudo bem, também não teríamos clássicos do humor como O Grande Ditador ou o quadro do Monty Python com o Hitler se passando por Mr. Hilter. Confiamos, porém, na capacidade dos maiores humoristas da História do cinema e da televisão em fazer coisas tão legais assim prescindindo da morte de 50 milhões de pessoas.
[5] Não utilizamos aqui conceitos como “Comunistas”, “Socialistas”, “Social-Democratas”, “Liberais”, “Conservadores”, por acreditarmos que, embora úteis para explicar os séculos XIX e XX estão cada vez mais perdendo seu poder explicativo. Categorias como “Esquerda Sisuda”, “Esquerda Bonitona” ou “Direita-no-País-das-Maravilhas” podem dizer muito mais sobre o mundo em que vivemos.
[6] Lucas JABORA – Os Motins da Cachaça como Mito de Origem da Esquerda Butequeira no Brasil. Revista de Divulgação Científica da E.B. São Paulo, 2006. pp. 21-49. Sobre o fim do período colonial, Fernando NOVAIS - Cachaça e Revolução na Crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: HUCITEC, 1983.
[7] B. VALE – Independence or Death! British Sailors and Brazilian Independence, 1822-25. Londres, Tauris, 1996. E. P. THOMPSON - A formação da classe operária inglesa. São Paulo: Paz e Terra, 1987. (vol 1, cap. 3; e vol. 3, caps. 1 a 3.)
[8] Gilmar POZO – Poder e Cerveja no Rio de Janeiro Imperial: a Migração Irlandesa e a Esquerda Butequeira. Editora da E.B. São Paulo, 2005. Do mesmo autor, é elucidativo o artigo O Bar do McBride: A Fermentação Revolucionária no Primeiro Pub Brasileiro. (no prelo).
[9] Arquivo Nacional – seção 821.586, caixa 633.358, pacote 817.536, livro 9.112.965.975, envelope 97.854, folha 87.748 (Quer procurar? Tenta a sorte!).
[10] Cumprindo-se, então, a profecia realizada há 50 anos pelo Barão de Itararé, o Nostradamus brasileiro: “Queres conhecer o Inácio, coloca-o num palácio.”
[11] N. D. Kondratiev – Zürtzintchencihclën (edição publicada em tadjique)
[12] Idem.

Proposta Revolucionária da Práxis Subversiva em Resposta à Ruptura Iminente de Inevitabilidade Histórica (Programa da Chapa)


A Esquerda Butequeira e o MR17 possuem históricos distintos, mas que convergem hoje para uma base programática semelhante. Há acordo sobre o que é fundamental: 1) a interpretação de que vivemos um momento em que é preciso a ação revolucionária imediata - a E.B. o percebe em fatores políticos, a crise da esquerda Bonitona; o MR17, em fatores econômicos, a fase de crise do ciclo secular; 2) a proposta de tomada do poder, primeiro do CAHIS, depois do mundo, com a criação de um Último Foco de Resistência. - A E.B. pretende tomar também a cerveja, o que não contraria o MR17, apesar de não ser parte fundamental da política deste; 3) a aceitação das propostas de aliados táticos.

Programa para a tomada da cerveja (Esquerda Butequeira e Aliados Táticos)

1 - Uma gestão de festas históricas!
1.1 - Para entrar no clima, Festa da Vitória, dia 26/04, no Bar do Pedrão (a.k.a. San Raphael).
1.2 - Festa toda sexta no prédio da História com DJ da casa, musica ao vivo de estilo variado, e cerveja a no máximo 1$.
1.3 - Recesso (ou greve!) na Copa do Mundo e transmissão no Espaço Aquário, com cerveja 600ml por no máximo 2$, um engradado grátis pra galera a cada gol do Brasil e outro ao final do jogo, independente do resultado.
1.4 - Reinauguração festiva do aparato de jogos com possível ampliação para uma mesa de Poker e outros jogos de azar.
1.5 - Uma Calourada Decente!
1.5.1 - Trote, Pedágio, Buteco, Festas, Farras, Concursos, Debates, etc... Pela integração dos bixos!
1.5.2 - Reconstituição histórica da batalha de Waterloo pelos bixos.
1.5.2.1 - O papel de Napoleão será decidido em Assembléia a ser marcada na antepenúltima plenária do ano, se houver quorum. Caso contrário, Napoleão será escolhido por voto secreto na penúltima plenária do terceiro trimestre do ano imediatamente anterior ao ingresso dos nos alunos.
2 - Abertura de uma filial do Bar do Pedrão no espaço do antigo MAE
3 - Realização anual das Olimpíadas de Buteco, com sinuca, truco, dominó, vira-vira, etc.
4 - Contratação permanente do cantor Otto para tocar no prédio durante o "entre aulas" (18:00 às 19:30), e às sextas feiras, show com Jorge Ben e Cordel do Fogo Encantado.
5 - Comprar o Playstation 2 e o Winning Eleven 9 (Pirata, “contra os direitos autorais: pela volta dos direitos divinos.”)

Programa para a tomada do poder (E.B. e MR17)

2.1 - Inclusão da Disciplina “Ciclos Seculares e Estratégias Políticas” com Wilson Nascimento
2.2 - Criação de uma Empresa Jr. de consultoria em logística e táticas de guerrilha.
2.3 - Bolsa-Revolução
2.3.1 - A finalidade do financiamento subversivo é garantir os meios materiais para estudantes que desenvolvam atividades revolucionárias.
2.3.2 - Qualquer estudante deste curso poderá participar do processo seletivo para receber uma Bolsa-Revolução.
2.3.2.1 - O processo seletivo contará com uma prova objetiva segundo o Método Wilson de Avaliação® (MWA), ou seja, “complete” e “múltipla escolha”; e uma prova subjetiva, em que a Diretoria do CAHIS vai verificar se você tem cara de quem vai fazer a Revolução.
2.3.3 - O valor da bolsa será decidido por Assembléia, com direito de veto do Movimento Revolucionário 17 de Março.
2.3.4 - O bolsista deverá comprovar o cumprimento da finalidade do financiamento (reserva técnica)
2.3.4.1 - Segundo as regras da Reserva Técnica, ao menos 80% da bolsa deverá ser gasta com os seguintes itens:
2.3.4.1.1 - Armamentos e Munição, para a tomada do Poder.
2.3.4.1.2 - Cerveja, para a tomada da cerveja, ora.
2.3.4.1.3 - Secadores de Cabelo, para mergulhar nas banheiras dos capitalistas.
2.3.5- O bolsista poderá gastar até 10% do total despendido em cerveja com os seguintes itens alimentícios: amendoim (com ou sem casca, ou ainda japonês), couro de porco (não é toicinho nem torresmo) e ovos coloridos.
2.4 - Gulag na antiga biblioteca, para abrigar os Traidores e Inimigos da E. B.
2.4.1 - O primeiro ocupante do Gulag será um membro da Chapa O Último Foco de Resistência, Tiago “Limpinho”, para demonstrar que estamos dispostos a cortar da própria carne para fazer a Revolução.
2.5 - Fim do papel craft: a Revolução não mandará recados.
2.6 - Rebatizar o morrinho para "Sierra Maestra"
2.6.1 - Construir uma churrasqueira na Sierra Maestra.
2.7 – Apoiar as lutas, mormente as da Esquerda Butequeira, por todo o Mundo
2.7.1 - Pela libertação dos presos político-etílicos (¡Viva el compañero González! Vive les enfants du Bonverre! Butequistische Linke Über Alles!)
2.7.2 - Apoio irrestrito à revolta dos "Colocadores de Cabo de Rodinho", categoria sempre esquecida pelas revoluções e que já tomou 20 fábricas na Argentina

Programa para a melhoria do Curso de História (Plataforma Geral)

3.1 - Inclusão da disciplina obrigatória “Humor para Historiadores ou como fazer um estudante de História entender uma piada”, com Elias T. Saliba.
3.2 - Contratação imediata, sem licitação ou concurso, de Eduardo Bueno como professor de História Geral, Humana e do Brasil. Ou seja, ele irá dar aula para a Geografia.
3.3 - Fim do contrato de aluguel do prédio com o curso de Geografia. O prédio é da História e pronto.
3.4 - Reconstrução imediata da guarita na entrada do prédio (“queijo do István”).
3.4.1 - Mudança do nome da guarita para "Centro Avançado de Desperdício de Dinheiro Público".
3.5 - Construção de um túnel com esteira rolante (tal qual o do Congresso Nacional) até a biblioteca.
3.6 - Colocação de gás hilariante na Seção de Alunos.
3.7 - Ampliação da frota e das linhas de circulares:
3.7.1 - Linha 3: Prédio da História – CEPEUSP / Faculdade de Educação – Portão 1 – Bar do Pedrão / Futuro Metrô USP – Portão 1 – CEPEUSP / Faculdade de Educação – Prédio da História.
3.7.2 - Linha 4: Prédio da História – FAU/Bancos – C.A. da Vet – Raia Olímpica – Portão 2 – Av. Jaguaré – Parque Villa Lobos – Bar da Suely - Parque Villa Lobos - Av. Jaguaré – Portão 2 – Raia olímpica – C.A. da Vet – FAU/Bancos – Prédio da História.
3.8 - Convênio com o Instituto de Física para a construção de uma Máquina do Tempo.
3.8.1 - Trabalho de campo em História, ou seja, utilização irrestrita da Máquina do Tempo.
3.8.2 - A ordem de utilização máquina do tempo será decidida em Assembléia, a ser marcada na plenária imediatamente posterior à construção da mesma.
3.9 - Fim do Sistema Júpiter e adoção do Sistema Jesus. Júpiter é muito temperamental. Por um sistema com compaixão ilimitada!

Nota final: Não se constrói debates e propostas viáveis sem antes integrar e aproximar as pessoas, em sua diversidade, das formas institucionais que, a princípio, a elas pertencem. A Chapa se propõe a este “antes”, entendendo ser este o papel do CAHIS na situação atual de desestruturação e afastamento. No momento, uma piada é mais política que o mais sério dos manifestos.

E Temos Dito,

O Último Foco de Resistência

O Último Foco de Resistência Chapa:
Bruno “Garfield” - 5º ano - MR17 - Comitê Central da E. B.
André “Godinho” - 5º ano - MR17 - Comitê Central da E. B.
Gabriel Zacarias - 4º ano - MR17 - Comitê Central da E. B.
Adrian "Nervoso" – 5º ano - MR17 - excluído do Comitê Central e enviado ao Gulag da USP-Leste por quebra de decoro revolucionário.
Marcus “Indelével” Baccega - 5º ano - E. B. - sob suspeição do Comitê Central – Adevogado da Chapa
Cezar “Codorna” - 5º ano - E. B. – Movimento Cynar Público, Gratuito e Para Todos
Flavio “Tito” - 5º ano - E. B.- Movimento Cynar Público, Gratuito e Para Todos
Renato “Renatão” - 5º ano - E. B.- Movimento Cynar Público, Gratuito e Para Todos
Diego "Grungre" - 5º ano - E. B.- Movimento Cynar Público, Gratuito e Para Todos –Movimento pela Democratização do Winning Eleven
Ricardo Arashiro - 5º ano - E. B – Movimento pela Democratização do Winning Eleven
Lindener “Lindener” - 5º ano - E. B.– Sindicato dos Imitadores do Pedro Henrique
Flávio “São José” - 5º ano - E. B.– Associação Nacional de Ilusionistas de Buteco
Bruno “Pardal” - 5º ano - E. B.– Instituto de Kung Fu Shaolin
Fernando “Teixeira” - 5º ano, 2ª divisão - E. B. – Associação Portuguesa de Desportos
Tiago "Limpinho" – 5º ano – E. B. - Futuro ocupante do Gulag da antiga biblioteca
Filipe Augusto “ProUni” - 2º ano - E. B. – Garoto Propaganda da Chapa
Mainá Prada - 5º ano - E. B.
Fernanda Ramos - 5º ano - E. B.
Rafael Farinaccio - 2º ano - E. B.
Rafael Adriano - 5º ano - E. B.
Thiago Clemêncio - 5º ano - E. B.
Marcos Faciaben - 5º ano - E. B.
Natalia Salla - 2º ano - E. B.
Cristiane da Costa - 2º ano - E. B.
Michel Sorci - 5º ano - E. B.
Alain el Youssef - 4o ano
André Gomes - 2º ano
Athos - 4º ano
Felipe Antonio - 5º ano
Felipe Gustavo - 6º ano
João Carlos - 5º ano
João Felipe - 5º ano

Setor Inexpressivo:
Elisangela Queiroz - 4º ano

Apoiadores:
Keiko “Shisha Urábu Spischa” - 5º ano - E. B.
Lucas Tadeu – 5º ano – E. B.